O primeiro capítulo das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial fornece uma visão detalhada da epidemiologia e das estratégias de prevenção primária para a hipertensão no Brasil. A hipertensão é uma condição prevalente e multifatorial, influenciada por fatores genéticos, ambientais e comportamentais. A diretriz destaca a importância da atividade física como uma estratégia chave para a prevenção e controle da hipertensão, com dados que mostram uma alta prevalência de sedentarismo na população brasileira (SciELO Brasil).
Um estudo populacional na cidade de Cuiabá, Mato Grosso, revelou que 75,8% dos adultos são sedentários em pelo menos um contexto (trabalho, lazer ou ambos). Esse alto nível de sedentarismo está associado a um aumento significativo no risco de hipertensão. A diretriz recomenda que os adultos pratiquem pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana para reduzir esse risco e melhorar a saúde cardiovascular (SciELO Brasil).
Além do sedentarismo, o consumo de álcool é outro fator de risco significativo discutido nas diretrizes. A pesquisa mostra que doses baixas de álcool podem ter um efeito protetor em mulheres, enquanto doses mais altas aumentam significativamente o risco de hipertensão tanto em homens quanto em mulheres. A diretriz aconselha a moderação no consumo de álcool como parte de uma estratégia abrangente para o controle da hipertensão (SciELO Brasil).
Fatores socioeconômicos também desempenham um papel crucial na prevalência de hipertensão. Indivíduos com menor escolaridade e renda apresentam uma maior prevalência de hipertensão, o que destaca a necessidade de políticas de saúde pública inclusivas e educativas. A diretriz enfatiza que a educação em saúde e a promoção de ambientes que facilitem estilos de vida saudáveis são essenciais para reduzir as desigualdades na prevalência de hipertensão (SciELO Brasil).
Finalmente, as diretrizes sublinham a necessidade de uma abordagem integrada e multifacetada para o manejo da hipertensão. Isso inclui a promoção de mudanças no estilo de vida, como aumento da atividade física e moderação no consumo de álcool, bem como o uso de tratamento medicamentoso quando necessário. A educação continuada dos profissionais de saúde sobre as melhores práticas para o controle da hipertensão é essencial para melhorar os resultados de saúde dos pacientes. Programas de intervenção comunitária que promovam a atividade física, alimentação saudável e redução do consumo de álcool podem ter um impacto significativo na redução da prevalência de hipertensão no Brasil (SciELO Brasil).